Mulher de Fases

Botões amanhecem nos jardins.

Desabrocham sua meiguice

E crescem encantando

O que já era encantado.

Crescem, abrem suas pétalas,

Seu perfume nos adolesce

Conduzindo-nos por sua juventude.

Uma pétala cai

E de seu vermelho intenso

Torna-se sangue

Escorrendo pelo caule.

Tornou-se rosa

Com perfume, beleza e espinhos.

Está madura sabendo do seu frutificar.

Solitária ou rodeada é dona de si.

Balzaquiana dona do jardim.

Mas!

O tempo como a atmosfera

Vilão de todos. Vilão de rosas

Pétalas perderam as cores

O sangue parou!

Até o teu rosto

Perdeu a vivacidade

De teus dias de sonhos.