Quem sou eu?
Quem sou eu?
Por que sempre que me acho no reflexo cristalino perco-me na escuridão que persiste em segurar-me a mão?
Porque sempre que encontro a razão com ela vem a dúvida de seguir em frente ou não?
Porque tudo é tão simples dentro de mim e tão complexo fora?
Por que as pessoas dizem que amam as outras e as deixam ir embora?
Porque todas as perguntas que faço procuro respostas fora quando já as sei?
Porque é tão difícil voar quando não tem chão e tão fácil quando não tem céu?
Porque os poemas que cantam em mim ficam só não mente e não no papel?
Porque busco tanto a paz no mundo se em meu mundo perco-me outra vez?
Porque sou tão indeciso em decidir se a indecisão me levará outra vez?
Porque culpo-me tanto se fiz tudo por tudo e faria outra vez?
Porque consigo perdoar o maior pecado e punir a mim mesmo,
Porque consigo cantar dez vezes e mil ao avesso?
Porque eu saberia tudo isso responder? Se ainda estou e estar é só questão de ser,
Porque as nuvens vem e vão todos os dias e o sol também se esvaia,
Porque eu voaria se tenho medo de cair ao chão e a luz que só atrapalha,
Porque pergunto-me tanto, se nem quando acho-me em mim, não estou lá?