O sentimento de um animal abandonado
O sentimento de um animal abandonado
Tão confiante em teu riso momentâneo,
Tão abraçado em tua euforia ao levar-me ao teu aconchego,
Tão tranquilo e sereno em teu amor companheiro e em teu falar corriqueiro,
Tão apaixonado em teus olhos e a tua falta pra mim são dez mil anos.
Mas... Que frio é esse? Que solidão que atormenta-me o coração é essa antes desconhecida?
Em meu coração morava o sentido de que o amor dura para toda a vida,
Mas, onde está esse amor que tanto procurei e acreditei achar?
Onde está a casa que antes era meu lar?
Onde estão os olhos que olhavam-me com compaixão? Era um realidade ou uma realidade de ilusão?
Era um doer que dói mais agora que antes, onde estão os anjos da luz falantes?
Tudo está tão turvo e perdido, mas o que mais dói é o meu coração cheio de amor, partido.
Estou com tanta fome, mas não fome somente de comida, com fome também do carinho que dá sentido a vida,
Vida tão pouca essa que tenho, mas que de um minuto a segundo tornou-se ferido,
Oh, não entendo esses que prometem e da promessa fazem descaso,
Onde está agora, o seu tão importante e acolhedor abraço?
Não sei onde estão e nem tampouco os encontrarei, o que resta-me é a solidão que nela sempre viverei,
Tão sozinho num caminho que não sei trilhar, tão sozinho num lar que não sei chegar,
Pra onde irei? Se só sei somente grunir e dizer,
Onde está tu que prometeu-me dizer que o resto da vida passaria com você?