O sentimento de um animal abandonado

O sentimento de um animal abandonado

Tão confiante em teu riso momentâneo,

Tão abraçado em tua euforia ao levar-me ao teu aconchego,

Tão tranquilo e sereno em teu amor companheiro e em teu falar corriqueiro,

Tão apaixonado em teus olhos e a tua falta pra mim são dez mil anos.

Mas... Que frio é esse? Que solidão que atormenta-me o coração é essa antes desconhecida?

Em meu coração morava o sentido de que o amor dura para toda a vida,

Mas, onde está esse amor que tanto procurei e acreditei achar?

Onde está a casa que antes era meu lar?

Onde estão os olhos que olhavam-me com compaixão? Era um realidade ou uma realidade de ilusão?

Era um doer que dói mais agora que antes, onde estão os anjos da luz falantes?

Tudo está tão turvo e perdido, mas o que mais dói é o meu coração cheio de amor, partido.

Estou com tanta fome, mas não fome somente de comida, com fome também do carinho que dá sentido a vida,

Vida tão pouca essa que tenho, mas que de um minuto a segundo tornou-se ferido,

Oh, não entendo esses que prometem e da promessa fazem descaso,

Onde está agora, o seu tão importante e acolhedor abraço?

Não sei onde estão e nem tampouco os encontrarei, o que resta-me é a solidão que nela sempre viverei,

Tão sozinho num caminho que não sei trilhar, tão sozinho num lar que não sei chegar,

Pra onde irei? Se só sei somente grunir e dizer,

Onde está tu que prometeu-me dizer que o resto da vida passaria com você?

Maria Fernanda de Araújo Dantas
Enviado por Maria Fernanda de Araújo Dantas em 01/02/2020
Código do texto: T6855811
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