INÚMERAS VEZES
Inúmeras vezes
No curso da vida
Acena o quase
Apagando as luzes
Cerrando as cortinas
Antes mesmo do final
Sucumbem as chances
Esgota-se a experiência
Seria a paralisia do medo?
O contentar-se com pouco?
A segurança do limite?
O temor às provas?
Se na estéril escuridão
As sombras fenecem
Valeria o preço?
O lodo da estagnação?
A acomodação gera depósitos
Assenta fétidas impurezas
Tornando viscoso o caldo
Erige variados cancros
A vida se apresenta
Cíclica como tudo
Oxigenando as águas
Renovando o Ser
Que enquanto consciente
Deve agitar as margens
Revolver as profundezas
Expandir as fronteiras
Impedindo limites
Apenas marcos
De etapas vencidas
Ao sabor do tempo
Que se não eterno
Pelo menos infinito
Convulsiona os elementos
Cria novas possibilidades...