Observâncias - parte II
Não gosto
do vazio da caneta
em direção ao papel
É meio que céu
sem passarinho
Só imensidão
Não suporto
um porto sem canoa
É como pessoa
que estende a mão
e não recebe carinho
Não gosto
de copo sem vinho
É o mesmo que o linho
sem o algodão
Não suporto
um corpo no frio
sozinho
num mar de multidão
É meio que rio
que quer o azul-marinho
e só tem o cinza do chão
Nem mesmo a ideia
que sozinho
é o mesmo que solidão
Não gosto
da poesia interrompida
por qualquer ocasião
É como a chuva caída
não vista como vida
como é na canção
Quando o poema
totalmente está livrinho
(se o leitor for ninho)
se prende a imensidão
24-02-2020
18h38min
Não gosto
do vazio da caneta
em direção ao papel
É meio que céu
sem passarinho
Só imensidão
Não suporto
um porto sem canoa
É como pessoa
que estende a mão
e não recebe carinho
Não gosto
de copo sem vinho
É o mesmo que o linho
sem o algodão
Não suporto
um corpo no frio
sozinho
num mar de multidão
É meio que rio
que quer o azul-marinho
e só tem o cinza do chão
Nem mesmo a ideia
que sozinho
é o mesmo que solidão
Não gosto
da poesia interrompida
por qualquer ocasião
É como a chuva caída
não vista como vida
como é na canção
Quando o poema
totalmente está livrinho
(se o leitor for ninho)
se prende a imensidão
24-02-2020
18h38min