A.N.O.S. (amanhã não ontem sempre)

Longe dos sonhos

Longe de tudo

Longe do mundo

Longe e mudo

Longe de escudo

Longe de mim

Longe de nós

Longe e a sós

Longe e querendo comer noz

Longe até mesmo do algoz

Numa lonjura desconfigurante

Numa lonjura desconcertante

Numa lonjura regurgitante

Numa lonjura sem amante

Numa lonjura assombrante

Lonjura sem nada de edificante

Lonjura entre goles de antiácido e refrigerante

Lonjura até de açúcar e adoçante

E diante dessa lonjura misto de amargura sem fim

Nada mais que a lonjura definhando

O que de melhor ainda resiste bem aqui

Assim meio pura e simplesmente perto

De um jeito mórbido e circunspecto

Serei eu um ser abjeto?

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 29/02/2020
Reeditado em 29/02/2020
Código do texto: T6877098
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