OS AIS DOS LIVROS
Num dia chuvoso, de outono, entrei numa biblioteca
Tirei um livro do destaque, sentei-me a lê-lo
Num ápice meus ouvidos foram aturdidos qual enxame de abelhas
Por mil ais polifónicos provindos não sei donde
Levantei-me, indagando da proveniência, percorri, salas e salas
O mistério adensava-se, por fim, bem lá no fundo, encontrei.
Entrei na sala e, quase morria de estupefação, que espetáculo!
Das estantes escorriam torrentes de lágrimas e mil ais se ouviam
Com voz forte perguntei: Porque chorais assim desconsoladamente?
A uma, só voz, responderam: Somos os rejeitados esperamos por uma adopção
Vidimor