REDENÇÃO NAS SERRAS

Quero quero-quero nos gramados,

Fêmea afoita

Que pernoita

Nos cuidados dos filhos amados.

Sabe-me sabiá-laranjeira

Oculto sob galhos nas manhãs,

Um cantar pela vida inteira,

Fazendo da vida salva e sã.

Desejo ser como o joão-de-barro

Arquitetando do chão ao teto

Num pendor sempre arquiteto

Simples como flores no jarro.

Almejo a vastidão do céu,

Ser a ave humana que se redime

com benfeitorias, jamais crimes,

Ser continental ainda que ilhéu.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 27/03/2020
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