Panacéia...
Maria Antônia Canavezi Scarpa
As razões que encerram meu processo evolutivo,
estão descriminadas nos meus lúdicos versos,
tantos momentos lindos, detalhados e
hoje arquivados em curtas linhas que formam
e contam minhas pequenas histórias.
Gosto de imaginar que sou um rio caudaloso
descendo em declive as encostas...
Um chorão continua debruçado nas minhas margens
envelhecendo seus râmulos verdes serenamente.
Não sei se estou no fim, nem posso afirmar
ter meu vetor direcional perdido o juízo,
ou terá minha vida rompido os laços dignos,
esvaído o vigor sem sua grande panacéia,
alheia misturou-se as matizes de um coração rubro
diariamente bêbado de amor e poesia.
Estou rompendo este ciclo, sem alternações
não há como oscilar, nem reverter nada.
A insustentável leveza do ser, me despe,
questiono a dualidade dos meus pensamentos e ações
sou apenas parte do rio, por isso sinto frio,
se deito em meu leito o sol queima minha pele
fecho os olhos em busca de explicações,
a água borbulha e geme, o som me acalma
meu processo evolutivo está no fim
ao me deter veio impondo seus limites...
(Inserida na Coletânea - "Versejando" - 2016)