Panacéia...

Maria Antônia Canavezi Scarpa

As razões que encerram meu processo evolutivo,

estão descriminadas nos meus lúdicos versos,

tantos momentos lindos, detalhados e

hoje arquivados em curtas linhas que formam

e contam minhas pequenas histórias.

Gosto de imaginar que sou um rio caudaloso

descendo em declive as encostas...

Um chorão continua debruçado nas minhas margens

envelhecendo seus râmulos verdes serenamente.

Não sei se estou no fim, nem posso afirmar

ter meu vetor direcional perdido o juízo,

ou terá minha vida rompido os laços dignos,

esvaído o vigor sem sua grande panacéia,

alheia misturou-se as matizes de um coração rubro

diariamente bêbado de amor e poesia.

Estou rompendo este ciclo, sem alternações

não há como oscilar, nem reverter nada.

A insustentável leveza do ser, me despe,

questiono a dualidade dos meus pensamentos e ações

sou apenas parte do rio, por isso sinto frio,

se deito em meu leito o sol queima minha pele

fecho os olhos em busca de explicações,

a água borbulha e geme, o som me acalma

meu processo evolutivo está no fim

ao me deter veio impondo seus limites...

(Inserida na Coletânea - "Versejando" - 2016)

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 15/04/2020
Reeditado em 15/04/2020
Código do texto: T6917520
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