Factual (?)
É certo ser o poeta um fingidor
Fingir, em belas letras o amor
Amar, ao despertar desatinos ...
Mas esses, desacertos do sentir
É certo, das letras fluírem palavras
E destas, intensos, sensíveis versos
Versam, nos parágrafos, os da vida...
Mas soçobram, ante seus (ar)dores
É certa, se é deslumbrante a poesia
A que desatina, quando transcende
E, metafísica, à memória se funde...
Mas inebria, além do assentimento
A eloquência, no tecer da poesia
A que tira dum exílio tanto sentir
Nos seduz pelo cerne, o do poeta...
E da sua verve, uma etérea prisão.