LOCKDOWN
Qual a relevância dos anos idos
das pausas nos vagarosos passos
dos traços no calendário?
Quantas árvores centenárias sombrearam
vosso descanso
sem que ao menos percebestes
a brisa acariciando as folhagens?
E se hoje julgais impróprias
essas transparentes águas
sabei: impulsionaram
- outrora -
os moinhos de incontáveis caminhadas.
Qual a relevância dos anos idos?
Não são eles que alimentam
a poesia que brota do nada?