Hemoptise
Poetas cospem sangue
Sem sentido e sem aviso.
Eles não tem tempo
De pedir ajuda.
As tavernas e companheiras
Que escolheram cheios de gosto,
Agora cobram um preço súbito,
Com sede às avessas.
Palavras que encheram
Serenatas, corações desatentos
E olhos quietos
São inundadas com ferro e fogo.
A febre que atormentava o sono
Não tem mais importância.
As cavernas deixaram de ser mitos
E as sombras invadiram tudo.
Metáforas são dispensadas.
O sufoco da poesia é real.
Mil imagens e nenhuma palavra.
Agora tudo é mudo e agônico.
Choro órfão
Samba sem improviso.
A última tosse espirra sangue no violão
E sela a poesia com silêncio.
Eric Grieger Banholzer