Eu vi Cinza...

Vejo o cinza que reluz a tinta

No espelho mascarado do egoísmo

Eu descarto, embora cato entre os malditos

O suor do trabalho que abomina

Chamam de lixo, eu chamo de vida

Felizes vidas, do que a felicidade tem de íntimo

Não há tristeza na cinza da alegria

Não há lixo, o que é lixo, o que foi lixo...

O que se produz no universo?

Inconstante ímpeto?

Será lixo? Ou lixo da vida?

Nas coisas simples, respiramos, pois é sina?

É lida lixão, é sina paixão...

País de exclusão...

Que faz lixo, que faz lixo...

Que faz vida...

Resistir é o que se ensina

Se recolhe no lixo entre os detritos

Felicidade é harmonia além da trilha

Além da areia, do pedregulho e da própria vida...

Se o universo é então, um grão de areia

Onde fora deste, não podemos jogar o lixo

Caminha a humanidade a beira do precipício

Do pulo desnudo, do lixo e da vida...

Júnior Correia

Limoeiro, 15/03/2018