Sobre a hipócrita realidade

É sobre a dificuldade de se pregar a paz

Quando a história é feita com violência

Controvérsia em pedir o pacifismo

Quando sempre houve sangue derramado

Corpo caluniado no seu ato de silenciar

Diante de tanto barulho gritante do ódio

É sobre estar na linha entre o idealizado

E aquilo que foi cravado pelo outro lado

Sobre vencer ou ser vencido na força

Na brutalidade, na hostilidade

Permanecer nas franjas de um sistema

Que só enxerga e condena - sem razão

É sobre a insistência da marginalização

Abater o que foi cruelmente invisibilizado

Hoje, tachado pelo liberal de desalentado

É o corpo-moeda, corpo-matável

Corpo-de-merda, não é? Diga você!

Tudo em giro, montanha-russa, em ré

Rumo à morte sob o leito de seu ruído

Quando se nega qualquer humanidade

Legitima-se toda forma de agressão

Autoriza-se seu extermínio de antemão.

É praticar o ser inumano na vivência.

É sobre impedir de ser estatística burlável

O resto é conto para gado dormir contente.

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 03/06/2020
Reeditado em 03/06/2020
Código do texto: T6966165
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