ESTAÇÕES
Aprecio como o outono oportuniza as transições, e como despe-se, elegantemente veste-se.
O outono era das tempestades das folhas secas que caem ao solo formando ricas alfombras,
Propiciando  as renovações, ensejando as oportunas metamorfoses, e reciclando paisagens...
Porém,segundo Drummond de Andrade, o outono é mais estação da alma do que da natureza
Iluminado por essa assertiva, recolho meus cacos, e remodelo as minhas colchas de retalhos.
Cato as cicatrizes, desvencilho-me de tudo que é abstrato,e ponho a vida de volta nos trilhos.
O outono faz severíssimas colheitas,viabiliza-me,distanciar-me de tudo o que me foi inverno
 Assim, em presença dessas percepções sobre essa natureza, eu crio as mimhas asas, e voo...

E de acordo com Augusto Cury, o caos do inverno é responsável pelas flores da primavera.
Desse modo, reverencio o inverno em nome dessa era, permito mudanças abro as janelas...
Noto, os ósculos dos pingos d'água nas vidraças e nessa ação da natureza a criação de Deus!
O inverno, é peculiar, os dias batem o ponto mais cedo, e as noites fazem horas extras...
É nessa estação que passo a limpo as minhas recordações, ouço as sinfonias da minha vida!
Parafraseio, Luther King e Mandela, e essa estação me propicia sonhos, fantasias, liberdades!
Assim,fecho as portas dos meus casulos para balanço e saio recolhendo minhas tempestades!
O inverno tem suas idiossincrasias oportuniza-me recolher as folhas secas do que foi outono.

Na primavera colhe-se os sonhos, e as fantasias, e a liberdade, semeadas no  inverno...
Segundo Bosmans, primavera não é uma simples estação de flores, é um colorido da alma.
Essa entendimento, me proporciona que eu abra  meus casulos, e deixe voar as borboletas...
Nesse momento, pego carona nas asas das metáforas, vou recolhendo o que foi hipérboles!
Ao criar minhas pontes transporto minhas lembranças, vou ressignificando minha existencia. 
Abro as comportas da minha alma, deixo a embarcação da minha vida velejar suavemente...
E dessa forma, aqueço-me no Sol de primavera e tiro de mim as marcas do que fora inverno.

De acordo com Machado de Assis, cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior
Assim, permito ao verão mudar minhas cores, refazer minhas rotinas, e criar nova paisagem!
Daí, coloco vidraças novas nas minhas vitrines, nas minhas pontes, enfeito minhas máscaras.
Tiro férias de tudo o que possa pesar as minhas asas, ligo os taxímetros,e sigo as trajetórias...
O verão tem os  seus charmes, veste-se de alegrias, e devaneia, e nos seduz, e nos contagia.
O verão objetiva outras perspectivas na minha vida, é quando eu abro a Caixa de Pandora,
E procuro a esperança, isso me possibilta recomeços, e olhar para dentro de mim mesmo, e...
Se o inverno levanta muros, o outono transforma-os, primavera decora, o verão os iluminam!
Albérico Silva