Minha Casa Laranja

A notícia ruim da vida é que envelhecemos e hoje vivo numa casa pálida, sem brilho e sem forças.

Quando lembro-me da minha primeira casinha de cor laranja. Consigo ainda sentir o cheiro que ela exalava, cheiro de vida.

Lembro-me dos meus pais, minha irmã e das nossas brigas diárias, mas quando entrávamos em nossa casa laranja, tudo se resolvia.

Lembro-me do meu quarto e dos meus livros, não eram muitos, contudo representavam muito para mim. Por tempos achei que eram os livros que me deixavam vivo, eu estava errado. Era minha pequena casa laranja e as pessoas na qual nela estavam.

A casa alaranjada foi antes de tudo sinônimo de infância, alegria e agora de nostalgia e saudades.

Quando me casei, morei na casa laranja. Foram anos mágicos. Eu sentia algo diferente da minha juventude. A casa não pulsava mais, infância, e sim amor.

Hoje faz 30 anos que a casa foi vendida. Eu tinha 33 anos e não entendia o quanto ela iria fazer falta para mim nos anos que iriam suceder a sua venda.

Quer um conselho? Não venda sua casa laranja. Diga não. Abrace os momentos especiais que ela vai te proporcionar.

Não deixe a sua casa ser branca e pálida, lute com suas forças para ela sempre ser laranja.

DaviCampos
Enviado por DaviCampos em 25/06/2020
Reeditado em 25/02/2021
Código do texto: T6987134
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