Caminhada
Buscar folego, inspirando,
olhando para o infinito céu
buscando ânimo para seguir,
numa estrada desconhecida
com pedras pontiagudas ao chão,
é neste chão, que caminharei
buscando aquilo que não posso vê.
Em cada pisada vejo uma nova vida,
em cada respirar anseio um novo olhar,
em cada gota do meu transpirar,
persisto na luta que é de respirar;
respiro unicamente para seguir,
no caminho de minha caminha.
Mas, para onde irei ao continuar à caminhar?
Sinto uma brisa em meu rosto
fria, contudo, me revigora as forças
prossigo então na direção de além,
mas será que ouvirei os anjos,
ou somente encontrarei o Caronte.
Se assim for, não esqueças das moedas,
tolice, na caminhada nada levarei.
Recomeçarei a andar, a caminhar!
Meus pés e joelhos sofrem,
quero ter forças para continuar,
quero ter esperança para continuar,
marco pegadas nestes pedregais.
Será que saberão de quem são?
Será que reconheceram estas pegadas rubras?
Rubro é a cor do sangue da história,
da vida dos que se inspiram a caminhar
livros são escritos com tintas e apenas,
mas a vida é escrita pelas lágrimas
que foram derramadas pela dor
das feridas que estão a sangrar,
pois, pisar neste chão é sangrar com coração...
Não vejo o fim deste caminhar,
não consigo saber se estou avançando,
ou simplesmente recuando, perdido,
e sentido à saudade daquilo que não conheço.
Me estenda a sua mão, seguiremos simplesmente,
não é bom está sozinho ao caminhar.
Sinta! Apesar dos afiados pedregais,
existe esta brisa que insiste em soprar.
Veja ao longe, naquela direção,
seremos felizes ao realizarmos
a caminha de nossas vidas.
Como um fiel em Caminho de Santiago,
ou naquele que trilha a Via Francígena,
quem sabe chegar na Ilha de Shikoku,
como chegar na rota da Misericórdia.
Este caminho é ir além da vida,
não somos mais donos de nós mesmos,
pertencemos a vida, mesmo que ela
não nos pertença mais... Venha caminhar!
Nossas pegadas estão nos pedregais,
os pedregais estão compondo o caminho,
trilharemos a caminhada, sinta a brisa, está a soprar!
Douglas Stemback