Só Para Loucos - Poema e Poesia

Um poema não nasce em qualquer lugar

Ele sempre advém do coração de alguém

De um coração desvairado, selvagem

De um coração soberbo, de um coração humilde, daquele mais contrito, do mais amargo, do rebelde, do safado, do tolo, do esperto

O poema surge verdadeiramente do coração que não se explica

Cultiva-se o poema em lugar apropriado

É lá na imensidão verde das matas

Lá no alegre florido dos campos

No perfume marcante da brisa matinal

Na silhueta magistral das montanhas

No prateado suave da lua

No sorriso ardente do sol

Na vastidão mística dos mares

No calor fustigante do deserto

No sabor incomparável das salinas

Nos braços da pessoa amada

Só os loucos se entregam aos poemas

Só os loucos respiram poesia

Os poemas são para os loucos que creem no inexplicável, que inventam o “ininventável”, que perambulam por estradas imaginárias

Os poemas são para os loucos que visualizam os limites do infinito

São para quem se alimenta de sonhos longínquos

São para quem ousa se entregar ao amor

O poema pode ser morto

Pode ser esquecido

Pode nunca ser lido

Pode ser criticado

Pode ser difamado

Pode ser jogado ou abandonado em um canto qualquer

A poesia não!

Não morrerá jamais!

Estará sempre presente enquanto houver um brilho no olhar

Sempre inundará os corações, levada no remanso das palavras e sons

Surgirá feito vulcão reagindo a um especial toque na pele

Virá pelo paladar inebriada pela bebida requintada

A poesia existirá enquanto existir os loucos e seus corações

JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 03/07/2020
Reeditado em 11/03/2024
Código do texto: T6994931
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