Olhando para o vazio
Vive para alcançar, vive para amar,
vive simplesmente, grandemente!
Mas desaparecido dentro de mim,
na andança do tempo percorrido
no cansaço de respirar, pus a pensar,
contudo, não há mais a lembrança
tudo se foi e, a noite está escura
no Sol de meio-dia, não a luz.
Quem é este que se chama "eu"?
Parece que tudo se foi,
ou simplesmente não aconteceu,
não nasceu, não cresceu e
será que morreu, ou viveu…
Paro e olho para o vazio,
outros olham para mim,
me perguntam: - Quem és?
Prossigo quieto, em silêncio, parado,
com medo do vazio do meu ser,
tudo perdeu o sentindo para mim,
tento ver o céu para saber do meu ser,
as nuvens do céu da minha cabeça
se desfazem tão rápidas que
não vejo nem os bichinhos formados.
Demônios e anjos, espinhos e flores,
não diferencio mais, em silêncio grito
quem vê meu sorriso; vê minha lágrima?
Queria ser o quê me lembro,
continuo parado olhando para o vazio
tantas cicatrizes… sinal que curaram…
Estou em augusta e perene dor,
meus pés deveriam ir, mas para que lugar?
Ouvem o meu silêncio, estou indo embora,
estou saindo de mim e, não sei retornar
queria uma mão amada para me guiar,
estou olhando para o vazio, para o nada,
mas não me lembro mais de mim.
Douglas Stemback