ENCLAUSURADA

O sistema que me enclausura,

Muda de nome e finalidade.

Meus ouvidos não escutam,

Meus pés anseiam liberdade.

Morro mil vezes ao dia,

Respirando um ar pesado.

Meus olhos não tem valia,

Para ver corpos jogados.

Aprecio minha presença,

Sendo a única disponível.

Minhas profundas ausências,

Me torna mais previsível.

Não ouso se quer reclamar,

Não pretendo padecer ainda,

Só me resta, dias a contar,

Somar dores sem vacina.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 09/07/2020
Código do texto: T7000339
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