Correm os dedos
Correm os dedos
Sobre os vermes da goiaba
Vermelhos quiabos
Luzes
Os dias de fome
E os homens ardendo
Dentro de fornos de adobe
Por baixo das cicatrizes
O leite dos fuzis
O apocalipse
A lua pura
Mofo e pó
Soluços de velhas meretrizes
Seriam os selvagens vestais
E a civilização
O antro
De ferozes zangões?
Correm os dedos
Há lugar para a esperança
Nessa madrugada sem dança?
Nessa esfera de cobre
Nesse sino que muge
Essa fuligem
Que se derrama
Sobre o sol