Sem planos
Ventos levam; ventos trazem
E grandes mudanças nascem;
Sementes de orquídeas roxas.
Ventos trazem; ventos levam
Sentimentos que iludem; cegam;
Até que a estação seja outra.
E quando já se é outro;
Fruto de mortes necessárias,
Algumas portas permanecem fechadas.
Diferentemente dos ventos,
Que direcionam a reflexões,
Alguns caminhos já não levam a nada.
No vai-vem de possibilidades,
A corda é visivelmente bamba
Aos que nela ousam andar.
Assim como louca gangorra,
A vida, feita de altos e baixos,
Ora fria casa, ora doce lar.
E o que já não se é
É visto andando a pé;
Sem rumo por estradas perdidas;
Mas uma vez que as horas,
São donas do imprevisível,
Não há botão que adiante a vida.