CADERNO

CADERNO.
Milton Jorge da Silva.

Há um caderno fechado guardado
Na gaveta da estante.
Espera quieto e calado
A inspiração do instante.

Momento em que o Poeta
Desperta na madrugada.
Com o verbo se acerta
Para descrever a jornada.

As folhas ainda em branco
Pela tinta é salpicado.
Palavras surgem em tom franco
Criando o verso rimado.

O Poeta extrai da alma
O sonho que quer viver.
Com calma em versos espalma
Toda a leveza do ser.

Do caderno para o mundo
No voo da imaginação.
Onde pousar toca fundo
A alma e o coração.

Quem degusta a poesia
Não imagina o caderno.
Que registrou a fantasia
Guardada no eu interno!