FEMINICÍDIO


Puxaram meus cabelos,
Levantaram-me do chão,
Deram tapas em meu rosto,
Empurrões e palavrões.
 
A dor da minh’alma sofrida,
Meu choro esvaindo-se em vida,
Soluços que me sufocaram,
Feridas que não cicatrizaram.
 
O meu amor enroscados de espinhos,
Os meus carinhos esmagados com os pés,
As doces palavras incendiaram mais a ira,
O meu corpo como boneco de luta.
 
A bailarina agora é feia e desengonçada,
A Princesa do castelo mal assombrado,
Das selfs idolatradas das famílias,
Para as manchetes das páginas policiais.
 
Sejam as vozes de todas as mulheres,
Que as mudas sejam ouvidas,
As tímidas tomem coragem,
Que o medo não seja tão covarde.
 
Alerta para o monstro em metamorfose!
Que na cegueira abrem-se teus olhos.
O inimigo anda junto em lados opostos,
Sou presa atraída do próprio esposo.
 
A aliança não pode ser manchada de sangue,
Que as diferenças podem ser controladas em atitudes de amor.
A atração seja celebrada em vida e não
Lembradas após a morte,
Que os sonhos tornam-se realidade e não pesadelos.

Mulheres sempre vão gerar vidas,
Vidas geram também mulheres.
As dores de partos que sofreram,
Não pagam desenhados ali seus próprios

 
Qual o sangue que cobra a culpa?
A terra também acusa o culpado.
O último suspiro clama justiça,
Morreu mais uma mulher da violência
Estúpida!

 
 
 

 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 20/08/2020
Reeditado em 16/11/2021
Código do texto: T7041146
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