Deserto Noturno

Bateu sobre a mesa com força e irada.

Gritando disse - Nunca mais volto para essa casa!

Com os olhos arregalados e vermelhos cheios de raiva.

Bateu a porta e andou para o ponto de ônibus acelerada.

Na viagem em pé com o ônibus lotado.

Lembrava dos seus erros cometidos no passado.

Tirou da calça um resto de dinheiro amassado.

Pagou o motorista e desceu engolindo um choro amargo.

Parada na calçada olhou ao redor em busca de uma esperança.

Lembrou de quando era menina brincando de ciranda com outras crianças.

Colocou as mãos no cabelo que já não tinha mais trança.

Fechou os olhos e pediu - Deus retire o fardo dessa vida que cansa!

Sem destino vagou nas ruas por um longo tempo.

A saudade lhe matava sem poder ver seus filhos crescendo.

O coração que ainda restava já estava doendo.

Até que em uma noite a morte a encontrou e lhe tirou todo sofrimento.