Deixando para trás...

⁠Nunca vi nada igual.

As nuvens passavam rápido sobre o berço da imaginação,

Uma montanha rochosa com picos pontiagudos, aos seus pés enormes pinheiros,

A temperatura abaixo de zero identificava o grau de dificuldade proposto,

Eu e a minha mochila não parávamos éramos incansáveis na realização de alcançar os nossos desejos,

Uma parada repentina, entre um lince e um lobo, resolvi descer pinheiros a dentro me debatendo e freando a queda abraçando os galhos como dava, no final da colina já livre do perigo, me vi de braços abertos deitado acima de um rio congelado olhando para o céu dando várias gargalhadas,

Recomecei minha subida de onde havia perdido algum tempo me recuperando do tombo, logo estava alcançando o terceiro e último estágio de uma difícil caminhada em direção ao topo da minha própria montanha,

Daqui de cima vi muito do que antes ficava escondido entre as sombras das árvores,

Abri a minha mochila e tirei alguns retratos, com a força dos ventos todos se espalharam com a paisagem e ficaram invisíveis, retirei também um livro com poucos capítulos melancólicos e os recitei bem auto para nos abismos entre as montanhas eles encontrarem o seu devido lugar, agora estou retirando duas pedras pesadas e aqui no cume irei deixar, uma me trouxe muitas dores a outra me trouxe muitas perdas, não há melhor lugar para elas serem lapidadas e esculpidas pelo tempo,

A noite esta chegando é hora de ascender uma fogueira, amanhã sinto que será um dia lindo, pela manhã irei partir.

Ricardoversos
Enviado por Ricardoversos em 20/10/2020
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