TRAVESSIA

Sob um prisma de um olhar passageiro

Na inconstância de pensamentos alheios

No desespero de uma obscura emoção

No buscar constante de antigas aflições.

 

Em um esboço de sorrisos dispersos

Na completude de uma tristura larvada

No cavalgar de convicções desvairadas

No percorrer de caminhos longínquos.

 

No murmúrio de palavras incongruentes

Na travessia de escombros reprimidos

No trocadilho de trejeitos inocentes

No percorrer de estradas paralelas.

 

E no embaralhar de sentimentos confusos

Na pele trapassa mazelas do ser

No corpo se espalda as dores da alma

No confronto do “eu” com o próprio viver.

 

(fatima fontenele lopes)

Rascunhos da Alma

17.02.2018

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