O CHÃO

Quantas “gotas” de mim, por ali ficaram!

O mesmo chão que muitos pés pisaram

Terra firme, um pedaço de mim.

Pó que me compõe

E se impõe

Embaixo dos meus pés.

Histórias que ali se fizeram

Invenções que verdades não eram,

E segredos que por ali se fizeram.

Um chão que suporta meu peso,

Não apenas o peso do corpo,

Mas o peso de mim.

Chão que um dia foi mata ou montanha

Rico em sua entranha

E agora onde eu piso, dou riso,

E nem me estranha.

Sou do mesmo chão.

E nem me dei conta,

Que minha essência morre,

A cada vez que piso,

Sem atenção.

O peso da inconsciência

E da indecência

É o peso que depreda o chão.

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 06/11/2020
Código do texto: T7105196
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