A PELE INVEROSSÍMIL DA POESIA

A PELE INVEROSSÍMIL DA POESIA

A sonora melodia do cantar seus versos

Simetria, afinação, eurritmia, uivos, rugidos

Imitas a Yoga dos felinos, do gato leo pardo

A sensível comoção dos pintores de lupanares

Travessia impressionista da luz nas telas azuis

Miolo de pão de Joãozinho e Maria traçam

O caminho sem volta, alegria do cântico

De passarinhos que lhes dizem no gesto

Que a vida não deve ter tornada, igual elas

As águas do rio que jamais serão as mesmas

Versos harmonizam os contra e os contrários

Tocados pela simetria da oração de plasma

Sigam poetas, criem novos, outros passos

De versos vestígios na fluidez do Tempo

Criem universos paralelos: desiludam-se

Distanciem-se da antiga música. Aliem-se

À ressonância das musas, à perigosa

Desespiritual idade do canto das sereias

Ceda as tumbas aos seus cadáveres, viva

Seu momento de bizarra imortal idade

A simples cidade da alma não busca visão

Ilusória. Faça sua própria história: real

Original idade de todas as memórias

O longínquo espaço tempo projeta-se

Ao mesmo tempo futuro e passado

O presente é tua presença entre aliens

Eles nasceram para desamar. Estás

Mesmo sozinho no grande oceano

Longínquo de tuas sutil lezas. Eles,

Os malefícios, que não te molestem

Nem te sequem a fonte da juventude

O espírito não envelhece nem morre

O espírito intercósmico dos príncipes

Das potestades não é para ti. És distinto

A nostalgia é pra quem vive de larvas

O espírito é invisível para os olhos

Os mais próximos e mais antigos. Deves

À consciência desperta de quem sabe

Estar no mar imenso da Quimera

Do desatino, da fantástica e profunda

Idade na cidade e cidadelas do Absurdo.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 08/11/2020
Reeditado em 08/02/2021
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