E se a fonte secar?
É... E se a fonte secar?
Não sei bem como começou,
onde foi que eu apertei, que isso ligou?
Sei lá... Mas tenho medo desse negócio desligar
E se parar de funcionar?
Se o estilo mudar,
Se perder a essência da coisa
E se tudo desembestar?
Se de repente eu me cansar
Se eu desanimar... Se resolver parar
O pensamento não mais fluir
E deixar de ouvir, o sopro que me faz inspirar
Não seria terrível? Será que isso é possível?
Uma habilidade tão bonita, por que haveriam de me tomar...?
Se tomasse, como seria? Será que iria me acostumar?
Talvez sim, mas no fundo, acho que não
A poesia nunca deixa existir, estará sempre por aí
Principalmente, para os simples de coração
Para que haja equilíbrio no mundo, precisamos
dos mais centrados, dos menos emocionados,
Que encaram a vida, com um pouco mais de razão
Mas não voltarei a ser um deles...
Uma vez que se mergulha fundo e se afoga no mar da arte,
torna-se quase impossível, respirar cem por cento, a realidade
Creio que sempre serei, pelo afeto, um afetado
Que enxerga tudo com sentimento, um doido desvairado! Exagerado.
Minha alma de poeta, tendo subitamente despertado
Serei sempre o romântico incorrigível, o eterno boêmio apaixonado.