Antes de ad-mirar-te.

Enquanto outro erro se passa

Eu berro em silêncio

Aqui dentro de mim mesmo

Desvendando a graça da vida

Quando aprendo a admirar-me

Ad-mirar-me de mim por ser o que sou

Eis o grande charme da existência

E a arte do ser

Ser quem se é, e ser feliz por ser assim

Ser apenas quem se queria ser

Buscando inspiração na vida e só na vida

Depois disso, e só depois, é que posso admirar-te

Nos pequenos detalhes que se nota

Que uma árvore de grande porte

Aos olhos de quem não aprendeu a ver

É somente uma semente quase morta

Não importa onde possa ela chegar

Não faz mal que a vida vira tudo do avesso

Nada é igual à uma infima semente de admiração

Isso é de fato tudo e simplesmente o necessário

Eis o preço, pra que um dia a folha cresça

E a semente suba onde queria

Muito acima de tantas cabeças vazias

Antes, respeitar-se

Pra que depois, qual como um gigante

Simplesmente mire a gente lá do alto.

Edson Ricardo Paiva.