Quem é você?

A falta de sono me fazia companhia naquela noite, e sentimentos tristes me refletiam em um dado momento noturno. Viro de um lado para o outro e uma acomodação não me permitia descansar, e o estresse do dia, que danado, não me deixava dormir. Com o vira e mexe dos comportamentos corporais consigo cochilar, e por incrível que pareça, acordo em outro lugar.

Um lugar bonito, florido, meio que intenso e pesado. Vejo pessoas conversando e os raios de sol nublado refletindo em seus rostos, e romantizar aquele momento e aquele lugar era o mais correto a fazer. Sigo caminhando e sentindo o aroma das flores e o cheiro de lavanda fica intenso dentro de mim, algo basicamente surreal e perfeito.

Percebo em um dado momento que já tinha vivenciado aquele momento, mas minha convicção religiosa não me fazia acreditar naquilo tudo. Continuo caminhando e ainda longe vejo uma pessoa, um alguém, um sentido, um ser humano, ou melhor, a chave para tudo, assim acredito. Começo a correr e tudo aquilo parece um sonho e quanto mais corro mais distante fico e parece que não consigo alcançá-lo.

Em uma corrida brusca consigo chegar perto e ao vê-lo os meus sentidos se complementam e percebo em seu rosto um infinito particular, um ser que procuro, uma luta vencida, uma explicação que foi de fato esclarecida. Caminho ao seu lado contemplando aquele encontro mágico, poético e único. Falamos da paz, da sensibilidade, das incertezas e do amor. Sim, do amor. Interpretamos palavras que apenas nós dois sentíamos, viajamos em lugares que só nós dois conseguíamos enxergar e trocávamos olhares que posso chamá-los de estupendos.

Eu não sabia ao certo com quem estava conversando, mas tinha certeza que aquilo tudo era o complemento para minha vida. Amor que procurava e que me intensificava com sentidos maravilhosos.

De repente, nos deparamos com um campo de tulipas cheirosas e radiantes, e neste momento ele me olha e tenta dizer algo, uma palavra, uma ação, ou até mesmo, uma conclusão de tudo. Porém, chuvas escorrem no telhado de minha casa e acordo com aquele barulho. Levantei e me perguntei, ó deuses das galáxias, porque essa chuva? Confesso, que naquele momento preferiria o arco íris.

Indagações surgem em minha cabeça e me pergunto quem era ou quem será, mas compreendo que aquele sonho ainda não acabou. Quem sabe em outra noite de insônia eu não volte a sonhar. Mas, percebo que aquele momento me deu significado e me fez perceber, que por mais que eu falasse a língua dos anjos sem amor eu nada seria.