Aquarela da cidade moderna

Vento encerra a calmaria

Quando a tarde acalorada

Traz à baila a ventania

A cidade apavorada.

Descolando a tarde, um capuz

Afro-banto, uma aquarela

De repente, atente, vira luz

Tinge o chão da primavera.

No farol uma garota

Lança o anzol a correnteza

Dá um sinal e o tempo passa

O carro para com certeza.

Uma moça ensimesmada

Distraída ao celular

Segue a vida enluarada

Tem nada que a faça acordar.

Daqui te emancipas cidade

Do arrimo que te tornara justa

Tem gente que já não se assusta

Com tua realidade.