FRAGMENTOS DA PANDEMIA

Mais um dia anuviado

Com essa triste pandemia

Que assola o mundo inteiro,

Tingindo a geografia

Com a negritude da morte,

Pulmão da filosofia

Atroz do desencanto

Mistério da sintonia

Como no tempo de Adão

De Eva e de Sophia

Aos poucos fui me perdendo

Assim como esquecendo

Dos temas que escrevia

Portanto, os esqueci

E, a ninguém mais prometi

Escrever pra ser lembrado

Mas se for, que seja um tema

Num poema recitado

Com o fim da pandemia

Em meio ao céu estrelado

Não mais vejo o que se passa

Na rua ou no jardim

Tudo tem Coronavírus

Ninguém mais olha pra mim

Se olha, é com espanto

Melhor, dizer assim;

Como se eu fosse o vírus

Ou a serenata do fim,

Arpejando o som da morte

Com trombetas e clarins

Creio eu, estar desnudo

De uma sensatez audaz

Discortinando o difuso

De um sentimento capaz

Que externa o que sente

Por esse vírus voraz

Que extermina inocentes

Violentando a paz

Sobretudo das familias

Que choram pelos que jaz

Veriano Dias
Enviado por Veriano Dias em 01/03/2021
Reeditado em 01/06/2022
Código do texto: T7195931
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