Oferendas ao deus de amar
Erguerei oferendas a desgraça
Que sucumbe todo dia sobre pretextos
Soberanias que se embriagam no vinho
Amassado pelas mãos dos necessitados
Erguerei oferendas as tristezas
Que constantemente são ridicularizadas
Sobre a fachada de que ao peito falta fé
Quando tantos outros motivos desata
Erguerei oferendas as guerras
De um passado que mancha tantas peles
E que se repete, sobre faces, sobre seres
Que atualmente tentam as justificar
Erguerei oferendas as mortes
De pessoas que só queriam existir
Cujas covas sequer são respeitadas
Por profanações de tantas línguas a agir
Erguerei oferendas, por fim, as vidas
Que sucumbem pelas mãos de propagadores
Transformando santidade em morbidade
E pervertendo-se em falsas moralidades
Erguerei oferendas de minhas lutas
Doando corpo e sangue por uma causa
Doendo constantemente das pancadas
De pessoas, almas, ditas como salvas
E termino erguendo-me como oferenda
Ao teu processo de em nome de deus, julgar
Mas ou tal deus nunca se propôs a amar
Ou erguestes oferendas pra se enganar
Erguerei oferendas ao deus de amar
Que talvez me ame um dia
Mas essa grandiosa majestade divina
Não virá de tua exclamação
O deus de amar jamais pareceu se encontrar em tuas mãos!