Oferendas ao deus de amar

Erguerei oferendas a desgraça

Que sucumbe todo dia sobre pretextos

Soberanias que se embriagam no vinho

Amassado pelas mãos dos necessitados

Erguerei oferendas as tristezas

Que constantemente são ridicularizadas

Sobre a fachada de que ao peito falta fé

Quando tantos outros motivos desata

Erguerei oferendas as guerras

De um passado que mancha tantas peles

E que se repete, sobre faces, sobre seres

Que atualmente tentam as justificar

Erguerei oferendas as mortes

De pessoas que só queriam existir

Cujas covas sequer são respeitadas

Por profanações de tantas línguas a agir

Erguerei oferendas, por fim, as vidas

Que sucumbem pelas mãos de propagadores

Transformando santidade em morbidade

E pervertendo-se em falsas moralidades

Erguerei oferendas de minhas lutas

Doando corpo e sangue por uma causa

Doendo constantemente das pancadas

De pessoas, almas, ditas como salvas

E termino erguendo-me como oferenda

Ao teu processo de em nome de deus, julgar

Mas ou tal deus nunca se propôs a amar

Ou erguestes oferendas pra se enganar

Erguerei oferendas ao deus de amar

Que talvez me ame um dia

Mas essa grandiosa majestade divina

Não virá de tua exclamação

O deus de amar jamais pareceu se encontrar em tuas mãos!

Maicon Lopes
Enviado por Maicon Lopes em 02/03/2021
Reeditado em 02/03/2021
Código do texto: T7196996
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