Me faltaram as palavras - releitura

Sentei para escrever e adoraria

Não exalei sequer uma linha

não transpirei, não divaguei, não!

Me faltaram as palavras.

Sem elas não vejo sentido.

Se sou ninguém sem elas? Sim.

Nada sou, nada sei, quem ou o que sou normalmente transcrevo, ‘entre linhas’

Retórica insossa, talvez

Palavras mais saborosas, não sei

Entre aforismos, amores e dúvidas

Alforria, liberdade, voz por outras vozes

Viver, sem palavras. Por quê?

Só um sopro inspirado e eu viveria

Não vejo sentido no caminho

Não vejo caminho nesse sentido

Hei de acha-las, as verdadeiras

Palavras que darão um novo significado

e ressignificado, um caminho em prosa e verso

talvez com desalinhos e desatinos descabidos

Minha busca é incessante,

garimpo verdades escritas.

Qualquer hora escreverei

senão as verdades encontradas, novas linhas

Nesse jogo de encontros e faltas,

de angustias e desalento, acredito

as palavras, sempre sublimes,

terão me encontrado.