Desassossego e calmaria
O meu desassossego às vezes procura
Em teu olhar a necessária calmaria
Pois viver inconstante assim é loucura
E o coração se farta de tanta agonia.
Os olhos convidam ao anestésico abraço
E no conforto deste colo que acalenta,
Do desassossego, sem luta, me desfaço,
Pois ele à alma nada de bom acrescenta
Vejo, então, o teu sorriso, que me enfeitiça
E me entrego, desarmado, ao descanso
Nestes teus braços de aconchego manso.
Mas as nossas emoções são areia movediça
Por isso ofereço um pouco dessa inquietude
Pois a calma plena é coisa que à vida ilude.
Cícero – 09-04-21