EU, ÁGUA

Sou água límpida e transparente, mas exposta.
Poluentes, desgastes, maus-tratos; triste aposta,
Grandes borbulhas, agonizando em minha costa,
Findando a transparência, denuncia, se mostra.

Era eu, inocente tempo; pureza líquida!
Degradada e poluída nesta terra estúpida,
Ganhei “sabor” amargo, às vezes, insípida.
Mas sobrevivo, tal e qual, pessoa intrépida.

Sou vida, mas a vida me despreza!
E desde que a vida me represa
De más vidas minha vida presa
Tento sobreviver ao último suspiro.

Eu, água, eu vida tua vida;
Minha morte tua morte, não duvida,
Melhor que não me faça ferida
Eu, água, tua vida.
                                              Ênio Azevedo



 
Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 26/04/2021
Reeditado em 26/04/2021
Código do texto: T7241834
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