REPARE NÃO...

Quantos planos se tornaram meus planos

e, por não ter planejado,

cada tijolo foi derrubado,

convivi com atos insanos...

Quantos enganos sorrateiros

se infiltraram em minhas decisões;

sei, não fui o primeiro,

senti o cruel perfume das ilusões...

Quantos afetos se mostraram cordiais,

o estendido braço no ombro

como um polvo, os apertos letais

que eram o prenúncio do tombo...

Não estou aqui para lamentar,

nem para dizer que sinto demais;

nem para dizer que me falta o ar,

nem que sou barco sem nenhum cais...

Hoje, meus planos são todos fundados

no chão sólido da mais pura imaginação;

fui do amor à varejo, hoje sou do atacado,

perdi tempo com pensamentos, hoje sou ação...

Repare não, a vida oferece o que há de bonito

se não se perderes com o que ainda é feio;

viver em paz, com felicidade, já não é mito,

como é belo quando, aqui, vos leio...

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