EPISÓDIOS DA VIDA

Numa folha de papel cinzelei meus versos,

Com a pena do meu penar,

Deixei-me no ar levitar,

De olhos despertos.

Despertos e bem atentos aos pormenores

Da minha vida assaz turbulenta,

De males maiores e menores,

Que me atormenta.

Atormenta o meu bom e normal viver,

Antes vivo do que a morrer,

Ainda hoje sobrevivo,

É o meu castigo.

Castigo com que vivo até ao fim da vida,

Sem me poder livrar do seu mal,

Não é o que merecia,

Pena capital.

Pena capital é sentença sem remissão,

É para ser aplicada de imediato,

Antes que haja um perdão,

Desfecho consumado.

Consumado com sumo e sem casca,

É o tudo ou nada, o desenrasca,

Obra feita posta a leilão,

Habilidade de artesão.

Ruy Serrano - 01.01.2021

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 30/06/2021
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