Nada mais que Viciados

Solta o gato

deixa a porra da cadeira

lá na mesa

me abrace

não me deixe

antes que eu desapareça

Este copo foi quebrado

por excesso de maldade

poucos homens admitem

que cometem atrocidades

Este gole sem pudor

este vício a escravizar

não é hoje,

nem foi ontem

vem das mesas deste bar

Bebe agora

não amola

para de “encher meu saco”

eu só bebo se eu quiser

eu só bebo por acaso

Nesta mesa já apostei

muito tempo que gastei

quem me dava um trocado

sempre desconsiderei

a importância do dinheiro

minha vida acabei

Vejo agora que tais erros

me demarcam grande dor

sei que agora é muito tarde

mal suporto meu odor

o suor de um alcoólatra

não exala tal amor

só me cheira quem me ama

só me prendo a esta dor

viciado

viciado

sempre fui

e sempre sou!

Ubiratan Rodrigues
Enviado por Ubiratan Rodrigues em 02/07/2021
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