O Tempo-enquanto-tempo

O tempo enquanto tempo

Indignou-se e então falou:

“Vós três que me acusais”!

Não sabei vós quem eu sou?”

Um aponta para as horas

outro acusa os minutos

o terceiro me acompanha

mas não caminhamos juntos

Um se apressa

e o outro tarda

um se esconde

mas não falha

Todos querem controlar-me

mas não dobro-me a ninguém

sou um fenômeno sucedido

pelo sumo Autor do bem

No relógio estou presente

Demarcando mês e ano

conto as 24 horas

não me paro

nem me canso

O tempo enquanto tempo

fez-se acaso ao relento

consumido pelo vento

esquecera seu talento

confinado no relógio

como preso e detento

os minutos e os segundos

já cumpriram seu intento

é por isso que as horas

renovaram o juramento

Três te acusam com razão

estás fadado ao sofrimento

dos piores assassinos

és tu

Ó! Sublime Tempo!

Ubiratan Rodrigues
Enviado por Ubiratan Rodrigues em 06/07/2021
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