IMPERMANÊNCIA

Minha poeira

vai sendo levada

pelo tempo

e tento

não ser indiscreto

ao perceber

indo-se,

em cinzas volantes,

ilusões tolas,

impressões tênues,

atitudes toscas.

E as cores

que o tempo ofusca

como o eco

que no tempo esvai.

E as folhas

que o tempo murcha

como o ego

que no tempo cai.

E as formas

que o tempo pune

como o prédio

que no tempo rui.

E os sonhos

que o tempo acua

como a sombra

que no tempo dilui.

E as terras

que o tempo inunda

como o céu

que não nega a luz,

como a vela

que no vento flui,

como a fé

que no tempo é busca

que no tempo é luta

que não muda nunca.

n luizmaier b
Enviado por n luizmaier b em 08/07/2021
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