SIGNOS (em um papel...)

Minha caneta desenha contornos em um papel,

Que poderia continuar branco, perfeito, sem um amargo, mas também sem mel,

São as marcas, os signos de algo vivido,

Que podem ser cicatrizes ou ainda ferida com sangue vívido.

Se com um lápis eu desenhar,

Ainda que intente apagar,

As marcas não posso ocultar,

E ao “status quo ante” não posso retornar.

E minha respiração se torna um reverbério para situação que tentou me anular,

E essa será minha conduta insurgente, respirar e continuar...

Mas eu não sou desenhista ou autor, mas como encontrar o traço certo sem um radar?

Parece que a vida é isso, arriscar atras de arriscar, a vida segue mesmo em um rabiscar.

Tudo que tenho é só uma folha em branco e uma caneta,

Sei que a vida não permite rascunho, mas eu não sei desenhar,

Ainda assim, será que acovardar seria melhor que tentar e errar?

Afinal, que história poderia contar um papel em branco?

Meu papel tem todas as cores, inclusive um tom de vermelho que tem no teu,

Se ainda temos o papel e uma caneta, o que importa quem perdeu e quem venceu?

Será que não poderíamos em outros momentos novamente intentar,

Ou esse desejo de vencer estaria limitado a um errar?

Minha caneta desenha contornos em um papel,

Que poderia continuar branco, perfeito, sem um amargo, simplesmente ao leo,

Mas são as marcas os signos de algo vivido,

Daquilo que doeu ou acariciou, mas que faz o caminho deste desenho inesquecível.