TEMPO PERDIDO

Sem vida social e sem o perdão do tempo.
Tantos dias limpando o carro,
E depois de corpo e alma em “desamarro”,
O carro ficou e ele partiu de corpo limpo.


Não visitou os lugares que queria,
E nunca fez o que sempre sonhou,
E no tempo perdido, a sua hora chegou!

Não percebeu a morte celular da pele
Embora as marcas o avisassem.
O tempo passa e não perdoa!
E quando o sino “soa”,
Não há quem apele.

Sujeito tolo!
Não viveu,
Apenas assistiu da janela
O passar da vida,
E na hora de sua partida,
Nada levou!
A não ser, a sua própria solidão!

Se ele amou, nada disse!
E, enfim, nem a velhice,
O esperou.
A sua hora chegou!
E se amou nada disse!

Tão apegado à matéria,
Que de si próprio esqueceu!
E morreu, antes mesmo de morrer.

Quem será este?
Que tu leste
E quase se reconheceu!

E se ainda pensamos no tempo perdido,
Ainda há tempo para repensá-lo.
E vivê-lo,
E amá-lo!
E tê-lo, em vida!

O tempo é curto!
É “ouro”
É “tesouro”;
E é um surto,
Perdê-lo!

                                       Ênio Azevedo 




 
Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 04/09/2021
Código do texto: T7335394
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