Se nos encarássemos de perto

Amanhã, se eu me encarasse de perto

Tropeçaria nos trigais da solidão, pois

Estou tão imerso no antes e no depois

Que até minha companhia seria um deserto.

Amanhã, se eu me encarasse de perto,

Na tempestade de meus prantos eu cairia,

Ao ver que estaria bem longe de mim é certo,

Pois dentro de minhas lágrimas ainda viveria.

Amanhã, se de fato te encarasses de perto,

Teus olhos não te reconheceriam, decerto.

Tocarias com tua mão esse rosto disfarçado!

E só encontrarias um fantasma vazio ao teu lado;

Só verias as sombras de teus sonhos incertos

E acharíamos os ecos de quem já fomos no passado.

Se nos víssemos de perto hoje ou amanhã,

Só encontraríamos máscaras e vaidades vãs.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 02/10/2021
Reeditado em 03/10/2021
Código do texto: T7355109
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