OS PASSOS DA POESIA

Poesia é arte

Que destarte, a mente procria

projetada dentro de nós

Como um reflexo profundo

De uma dor que nos consome

Num falso espelho em que se distorce

e se amplia!

Assim,

ela estende os limites do sentir

através da inquietação

de quem vive

estranhanhamente na luz

Que à alma, alumia!

A poesia é costurada

pelas mãos de doidivanos sentimentos

Sob uma cortina de ilusão

Que são fios condutores e seu guia

Que nasce de um sofrimento, que não tem razão,

Ao contrário que se pensa, ela vem do nosso lado escuro

De um lago ácido e da compulsão de amar

Onde se modifica,

se descontrói e se recria!

Este estado é involuntário

Acicata a sensibilidade

Ao buscar nela a inspiração

incendeia o espírito, o sublima

E no seu próprio fogo

se consome e se sacia!

Nesta tela catastrófica,

Crescem os sentidos das coisas

Constrói-se imagens, sonhos e voos infinitos,

Para aumentar a dor que se apraz sentir

Que são pontes do mundo utópico

O alter ego de sua autofagia

O subconsciente é leque aberto

Captando a sensação que pensa exprimir

Pois somente quando a dor queima

Seu mundo será real e não mais utopia

Mas mal ele sabe

Que antes da dor que é falsa, existir

No coração,

Ela era febre

Que no inconsciente

Há muito, já ardia

No final, mitigado pelos versos

surgidos

O poeta se acalma e se expia

Absorvendo a cria gerada

Livra-se dos tormentos

Deixa ir seus sentimentos, sua alma

Para sempre

Através das suas palavras,

Nuas, molhadas e frias!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 03/10/2021
Reeditado em 23/01/2023
Código do texto: T7355622
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