GOTA QUE CHORA

Caminhei descalça

Ajoelhando à beira do poço

Desejando matar a sede

Observando o meu reflexo

Tanta água pra beber

Eu aqui tentando encontrá-la

Ao sorrir no poço

Percebi que: A sede da alma

Tocava tenuamente as córneas

Um leve gotejar riscava a face

Desceu num longo deserto

Indo bem rápido e tocante

Plim!Dom!Plim!Plá!

Caiu lá no fundo do poço

A água cristalina e pura

Sentiu-se coagida com a salobra

Num relance de memória

Optou-se por deixar a mistura

Em consagrada harmonia

Onde o choro e o riso

Abraçam a pureza

Sem perder a essência

Do Saudoso gotejar

Que caiu dos olhos

Na mistura a bela aventura

Entre a fé e a crença

Trincando o espelho

Gemendo por alguns instantes

Chuá!Chuá!Chuá!

O poço se pôs a gritar

Como grugir

Soando no beco

Alvejante de alma

Calando a natureza.

Val Bernardino
Enviado por Val Bernardino em 21/10/2021
Reeditado em 21/10/2021
Código do texto: T7368682
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