RASTRO

No silêncio da madrugada

Ouço os passos

Se atrevendo em ir embora

No aconchego eu grito

Essa agonia de ver

O belo ir se anulado

Lamento a tristeza do meu leito

Sem dizer adeus.

Estão matando as palavras

Estão matando o bem querer

Estão matando o rastro na poeira

Sem perguntar se gostei.

Eu choro com minh'alma

O choro que eu plantei

Todo choro vem lavando

A poeira que o manto deixou

Na beira de um lago

Garça se curvou

Estão querendo tirar o brilho

Das canções e dos labores.

Tudo está tão difícil

Ouvir um arranhar de guitarras

Ouço no silêncio meu barulho

Num cantar de bem-te-vi

Sorrindo a falta da música fluir.

Eu lamento a falta do palco

Dos aplausos e do assoviar

Nos gritos de loucuras

Vindos do público a cantar

Meu peito chora de tristeza

Das saudades que lá deixei.

Val Bernardino
Enviado por Val Bernardino em 29/10/2021
Reeditado em 29/10/2021
Código do texto: T7373840
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