Amaterazu

Nos rastros da minha presença

A nudez expectorada do olhos

Que conhece a intimidade

Está cicatrizada na memória

Meus músculo ainda busca

Teus lábios involuntários

Em decepções do instinto

Transitando entre a falta e a carência

Ainda se lembra do personagem vulgar

Embaixo de teu sintoma, no tato fixo

No texto escorrido da língua ao ouvido

Naquilo que me projetas e realizas

A carne ímpar, limada pelos dentes

Expandir e amaldiçoar da boca para fora

Enquanto a sobrevida em turbulência

Cadência uma pátria esfolada em ancas que se beijam

Bebo da carne debaixo de tuas unhas

São meus restos que foram tiradas

De quando conhecias meu corpo

Na vivacidade do desejo

Minha boca borrada em teus fluídos

O rancor se perde na cicuta

O que preenche estigma-se em dor

Deletérios por tuas leves mãos, sou alvo

Tu: Boca e dedos em pulsos

Eu: Dentes na carne irrompida

Eles: Teus cânticos de amantes

Para a condenação ou não

O resíduo, há uma américa sem família

O transparecer, posto e mendigado

Nos mares de mãos, línguas e dentes

O querer que me solva dentro do teu câmbio

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 29/10/2021
Código do texto: T7374456
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